Percebemos, na postagem sobre
adição, que ela é uma operação bastante natural já que conseguimos
identificá-la em quase tudo o que envolve o nosso cotidiano, porém o mesmo não
ocorre com a subtração. Isso ocorre porque não conseguimos identificar essa
operação com tanta frequência, mas ela está lá o tempo todo.
Mas porque temos tanta
dificuldade de ver a subtração no dia a dia? Porque relacionamos a subtração
somente ao ato de retirar, porém há ainda mais duas situações que também estão
relacionadas com a subtração: os atos de comparar e de completar.
Como podemos identificar cada um
deles? É o que veremos agora:
Ato de Retirar: Quando temos certa quantidade de objetos como
livros, por exemplo, e retiramos alguns para a venda. Vejamos o problema abaixo:
Lúcio tem 60 livros em sua loja
e vende para Antonio 38. Quantos livros Lúcio têm agora em sua loja?
60
– 38 = 22 livros
Ato de Comparar: Quando comparamos as quantidades que cada um tem
como, por exemplo, o peso. Vejamos o problema abaixo:
Roberto tem 70 kg e Juninho tem
36 kg. Quantos quilos Roberto têm a mais que Juninho?
70
– 36 = 34 quilos
Ato de Completar: Quando já temos uma quantidade de objetos e
precisamos de mais alguns para completar o total pedido, por exemplo,
figurinhas para completar o álbum. Vejamos o problema abaixo:
Tenho um álbum de 60 figurinhas
e tenho 28 figurinhas. Quantas figurinhas preciso para completar o álbum?
60
– 28 = 32 figurinhas
A outra técnica usada para subtrair
baseia-se numa propriedade da subtração que é denominada compensação. Vamos
primeiro compreender a propriedade. Veja o exemplo:
Zilda tem 167 centímetros de altura e Paulo
mede 140 centímetros. Logo, Zilda tem 27 centímetros a mais que Paulo. Se Zilda
subir num banco de 30 centímetros de altura e Paulo também subir num banco de
30 centímetros de altura, é claro que Zilda continuará tendo 27 centímetros a
mais do que Paulo.
Esta ideia pode ser realizada desta forma:
na subtração de dois números, sempre que ambos aumentam do mesmo tanto a
diferença entre eles permanece inalterada. Em outras palavras o aumento do
primeiro número é compensado pelo aumento do segundo número. Daí o nome: propriedade da compensação.
Assim,
por exemplo, a diferença entre 167 e 140 é igual à diferença entre 197 e 170,
pois ambos os números foram aumentados em 30 centímetros.
Agora
vamos utilizar a propriedade de compensação para subtrair 431 de 725:
1.
Das 5
unidades subtraímos 1 unidade;
2.
Na casa
das dezenas não podemos subtrair 3 dezenas de 2 dezenas. Aplicamos então a
propriedade da compensação, aumentando os dois números em uma centena.
Entretanto faremos isto de um modo um pouco diferente. O segundo número,
aumentaremos, de fato, em uma centena, mas, o primeiro número, aumentaremos em
dez dezenas. Podemos proceder assim, pois uma centena é igual a dez dezenas.
3.
Agora
subtraímos 3 dezenas de 12 dezenas;
4.
Finalmente
subtraímos 5 centenas de 7 centenas. A compreensão desta técnica, além de
apoiar-se na compreensão do nosso sistema de numeração, baseia-se também, como
vimos, na compreensão da propriedade da compensação.
A
técnica para subtrair é comumente ensinada a partir da segunda série. Nesta
época, dificilmente a criança terá condições de compreender a propriedade da
compensação. Portanto, pode ser mais adequado o ensino da primeira técnica,
porque possibilita a aprendizagem junto com a compreensão dos passos.
DICA: Para explicar a técnica de
compensação, podemos utilizar a primeira técnica em sala de aula utilizando os
próprios alunos para exemplificar essa propriedade.
Agora vamos ver o cálculo mental
relacionado a subtração partindo da situação problema abaixo:
O professor Jorge toma um ônibus para ir de
sua casa até a escola onde leciona. Em outubro de 1995, o preço da passagem era
de 0,65 reais. Jorge dava ao cobrador 1 real, esperando receber 0,35 de troco.
O cobrador pedia-lhe então que facilitasse o troco. Jorge dava mais 0,15 reais
e recebia 0,50 de troco.
Creio que você já deve ter passado por uma
situação como essa dentro de um ônibus ou em alguma loja, no entanto todo esse
cálculo para facilitar o troco é feito mentalmente. Vejamos seguindo o exemplo
desse professor:
Ele dava 1 real para pagar 0,65 e esperava
receber 0,35. Para facilitar o troco dava três moedas de 5 centavos e então,
recebia 0,50.
De fato, compare estas duas subtrações:
1,15 - 0,65 = 0,50.
1,0 - 0,65 = 0,35
(1,0 + 0,15) - 0,65 = (0,35 + 0,15) = 0,50
1,0 - 0,65 = 0,35
(1,0 + 0,15) - 0,65 = (0,35 + 0,15) = 0,50
Diante dessa resolução, podemos pensar da
seguinte forma:
1.
Se,
numa subtração, sempre que o primeiro número é acrescido de uma quantidade
qualquer x e o segundo número permanece inalterado, então a diferença é
acrescida da mesma quantidade.
2.
A
tabela anterior pode ser reescrita de baixo para cima mostrando que se, numa
subtração, sempre que o primeiro número é diminuído de certa quantidade x e o
segundo número permanece inalterado, então a diferença fica diminuída de mesma
quantidade x.
Estes exemplos mostram que, nos cálculos
mentais, as pessoas em geral, muitas vezes, usam regras criadas por elas próprias.
Estas regras apoiam-se em certas propriedades da subtração, que estas pessoas
captam das mais diversas maneiras. Analisar e explorar estes recursos
espontâneos dos alunos é um excelente exercício, que contribui para uma melhor
compreensão dos conceitos e das propriedades das operações.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Obrigado por este conteúdo raro da subtração, eu só queria tirar uma duvida que parece um pouco boba mas anda me atormentando queria falar como eu posso imaginar as ideias da subtração com objetos reais? por exemplo eu sempre costumo associas os números a objetos eu imagino a conta 12-2=10 como doze laranjas que por exemplo faltam expremer (na ideia de completar)- 2 laranjas espremidas= 10 laranjas que faltam expremer mas eu imagino assim em minha mente cada número 1 corresponde a 1 laranja que eu imagino na conta :
ResponderExcluir1+1+1+1+1+1
1+1+1+1+1+1
-1-1
------------
1+1+1+1+1+1
1+1+1+1
os 12 uns são as 12 laranjas que faltam expremer os 2 uns negativos são as 2 laranjas expremidas e os 10 uns abaixo do traço é o resultado da conta (que eu imagino em minha mente) eu queria fazer uma pergunta tem outros modos de imaginar contas com objetos? quais são os melhores modos? é realmente preciso imaginar assim os números ou tem uma forma melhor? como um matemático imaginaria esta conta? seria a mesma coisa ou diferente? Obrigado, preciso muito de opniões
desculpe o texto saiu meio desalinhado ,Obrigado!
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